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É UN ESPAÇO ENTRE ESPAÇOS por TERESA EÇA

Creio que tem a ver com a intermitência, apaga-acende; liga-desliga: conecta-desconecta. È um espaço entre  espaços. Entre o virtual e o real. Porque temos sempre que ver tudo em dicotomias? Também podia ser o passadiço,  o interstício,   entre o material  e o efémero, entre o que dura e o que se apaga mal acaba de se fazer. Entre a luz e a sombra. Quando trabalhas no computador  estás na penumbra,  a luz natural é inimiga do  écran de plasma, mas trabalhas com luz, uma outra luz.  Trabalhas com ruído constante,  sem  agilidade, sem a dança do corpo nem o cheiros diversos da paisagem.  Estás numa realidade deficiente, mas no entanto realidade porque te conectas  com outras realidades . 

No fazer está o ser. Somos o que fazemos,  que pensamos, o  que respiramos.   No nosso ser estão os sentidos plenos,  somos como olhamos, como cheiramos, como nos movemos, como nos sentimos, como ouvimos.   Exprimimos  os pedaços do nosso ser com  som, movimento, e imagem.  Precisamos de pausas, de silêncios e de obscuridade para melhor nos entendermos.  Estamos In e Off a cada momento  

A nossa vida são os caminhos que percorremos, as memorias das vivências dos percursos; a nossa vida são os outros, os que por   momentos, por instantes trilharam um caminho comum. As nossas vidas são apenas trilhos,   encruzilhadas, becos, horizontes inacessíveis mas que a todo o custo buscamos. A nossa experiência de professores, de artistas de pessoas que sonham, que ousam sonhar   futuros e evocar passados é apenas uma caminhada entre caminhadas. Percorremos o nosso ser estando aí, ali e aquí com os outros . 

Se acaso topas algo no teu caminho, toma tempo para olhar, para sentir, para cheirar e para ouvir, só assim poderás conhecer um pouco do outro.   Tornar-te um pouco outridade, porque tu também és e estás outro, e na outridade.   Neste diálogo entre Ti e o outro  encontrarás algo. Alguma coisa que pode ter sentido , que te pode dar força e conhecimento. Torna-te cúmplice. Comunga. Abre as fronteiras do teu ser , deixa entrar o cheiro , as cores, as formas, o som e o movimento do que se passa. Se acaso se passa algo, Se não se passa nada, pois bem, deixa o nada passar e faz-te nada, porque do nada se fazem as coisas. 

Se acaso te perdes na deriva, algo de muito grande se vai passar, algo de silêncio, de som, de pausa, de ritmo, de transparência e de cor. Uma brisa fresca, um frio seco ou um calor que te abafaDCreio que tem a ver com a intermitência, apaga-acende; liga-desliga: conecta-desconecta. È um espaço entre  espaços. Entre o virtual e o real. Porque temos sempre que ver tudo em dicotomias? Também podia ser o passadiço,  o interstício,   entre o material  e o efémero, entre o que dura e o que se apaga mal acaba de se fazer. Entre a luz e a sombra. Quando trabalhas no computador  estás na penumbra,  a luz natural é inimiga do  écran de plasma, mas trabalhas com luz, uma outra luz.  Trabalhas com ruído constante,  sem  agilidade, sem a dança do corpo nem o cheiros diversos da paisagem.  Estás numa realidade deficiente, mas no entanto realidade porque te conectas  com outras realidades . 

No fazer está o ser. Somos o que fazemos,  que pensamos, o  que respiramos.   No nosso ser estão os sentidos plenos,  somos como olhamos, como cheiramos, como nos movemos, como nos sentimos, como ouvimos.   Exprimimos  os pedaços do nosso ser com  som, movimento, e imagem.  Precisamos de pausas, de silêncios e de obscuridade para melhor nos entendermos.  Estamos In e Off a cada momento  

A nossa vida são os caminhos que percorremos, as memorias das vivências dos percursos; a nossa vida são os outros, os que por   momentos, por instantes trilharam um caminho comum. As nossas vidas são apenas trilhos,   encruzilhadas, becos, horizontes inacessíveis mas que a todo o custo buscamos. A nossa experiência de professores, de artistas de pessoas que sonham, que ousam sonhar   futuros e evocar passados é apenas uma caminhada entre caminhadas. Percorremos o nosso ser estando aí, ali e aquí com os outros . 

Se acaso topas algo no teu caminho, toma tempo para olhar, para sentir, para cheirar e para ouvir, só assim poderás conhecer um pouco do outro.   Tornar-te um pouco outridade, porque tu também és e estás outro, e na outridade.   Neste diálogo entre Ti e o outro  encontrarás algo. Alguma coisa que pode ter sentido , que te pode dar força e conhecimento. Torna-te cúmplice. Comunga. Abre as fronteiras do teu ser , deixa entrar o cheiro , as cores, as formas, o som e o movimento do que se passa. Se acaso se passa algo, Se não se passa nada, pois bem, deixa o nada passar e faz-te nada, porque do nada se fazem as coisas. 

Se acaso te perdes na deriva, algo de muito grande se vai passar, algo de silêncio, de som, de pausa, de ritmo, de transparência e de cor. Uma brisa fresca, um frio seco ou um calor que te abafa. Desperta os teus sentidos para a realidade dúbia,  para a incerteza e para o desconhecido.  Acorda !!!!

Se acaso te deixas acordar e deixas o teu corpo na deriva dos entidos encontrarás as perguntas que de outro modo nunca poderias ter formulado. 

 

Caminha, só ou acompanhado. Percorre. Percorre o insondável mundo do teu ser que há muito escondias debaixo de desculpas   sem interesse . Percorre o silêncio da companhia do outro.   E ouve a cadência equilibrada dos vossos passos no trilho. Deixa as vossas pegadas marcarem o caminho e olha o horizonte como único ponto de abrigo. 

Experimenta perder-te porque se acaso encontras outro, te encontrarás   de novo, porque tu és o outro e sem o outro não és. Apenas estás. Procura perceber , entender porquê, como e para onde. 

Deixa-te estar atento, alerta os teus sentidos para poderes fazer algo, algo que evoque o teu ser naquele dia .   

Caminha pala além do estado automático, define-te pelo caminho e não pelo estado, na dimensão entre menos um e mais um; na dimensão entre o In e o OFF está toda uma galáxia,  a galáxia da tua vida feita de pequenas luzes que se apagam e se acendem. 

 

Desperta os teus sentidos para a realidade dúbia,  para a incerteza e para o desconhecido.  Acorda !!!!

Se acaso te deixas acordar e deixas o teu corpo na deriva dos entidos encontrarás as perguntas que de outro modo nunca poderias ter formulado. 

 

Caminha, só ou acompanhado. Percorre.   Percorre o insondável mundo do teu ser que há muito escondias debaixo de desculpas   sem interesse . Percorre o silêncio da companhia do outro.   E ouve a cadência equilibrada dos vossos passos no trilho. Deixa as vossas pegadas marcarem o caminho e olha o horizonte como único ponto de abrigo. 

Experimenta perder-te porque se acaso encontras outro, te encontrarás   de novo, porque tu és o outro e sem o outro não és. Apenas estás. Procura perceber , entender porquê, como e para onde. 

Deixa-te estar atento, alerta os teus sentidos para poderes fazer algo, algo que evoque o teu ser naquele dia.   

Caminha pala além do estado automático, define-te pelo caminho e não pelo estado, na dimensão entre menos um e mais um; na dimensão entre o In e o OFF está toda uma galáxia,  a galáxia da tua vida feita de pequenas luzes que se apagam e se acendem. 

 

Teresa Eça, Viseu, 2013

 

 

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